19 de jun. de 2011

Todo dia morre um amor...
Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor....as vezes de forma lenta e gradativa, quase indolor.
As vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos...
Morre em uma cama de motel ou em frente à televisão de domingo.
Morre sem beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com gosto de lágrima nos lábios....sem aquele 'Eu te amo"...que faz tanta diferença,nas horas mais decisivas.
Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, cartas cada vez mais concisas, beijos que esfriam aos poucos.
Morre da mais completa e letal inanição.
As vezes com uma explosão...nada é mais dolorido do que a constatação de um fracasso.
Todos os dias um amor é assassinado. Com a adaga do tédio, a cicuta da indiferença, a forca do escárnio, a metralhadora da traição.
A sacola de presentes devolvidos, os ponteiros tiquetaqueando no relógio, o silêncio insuportável depois de uma discussão...
Todos nós fomos assassinos um dia. Há aqueles... que preferem se esconder debaixo da cama, ao lado do bicho papão. Outros confessam sua culpa em altos brados e fazem de pinico os ouvidos de infelizes garçons. Há aqueles que negam, veementemente, participação no crime e buscam por novas vítimas em salas de chat ou pistas de danceteria, sem dor ou remorso....corações sem cicatrizes.
Existem os amores-zumbis...se alimentam de cérebros humanos e definharão até se tornarem laranjas chupadas.
Amor vivido só da cintura pra baixo, não é amor.
Existem, por fim, os amores-fênix. Aqueles que, apesar da luta diária pela sobrevivência, dos preconceitos da sociedade, das arestas...de todos os obstaculos a serem superados,da paixão que escasseia com o decorrer dos anos, da mesa-redonda ... das brigas que não levam a nada,das tantas vezes que discordam em algum ponto...ressuscitam das cinzas a cada fim de dia e perduram: teimosos, belos, cegos e intensos. Mas estes são raríssimos e são poucos,os que tem a dávida de vive-los e senti-los...á até,quem duvide de sua existência.
Alguns os chamam de amores-unicórnio, porque são de uma beleza tão pura e rara que jamais poderiam ter existido, a não ser como lendas....

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