28 de set. de 2011

Não me pondere. Me atravesse.
Não me console. Me acarinhe.
Não me deseje. Me deslize.
Não me descreva. Me aproveite.
Não me leia. Me dance.
Não me pergunte. Me invada.
Não me solucione. Me enxugue.
Não me controle. Me conduza.
Puxe meu quadril, morda meu queixo, bagunce meus cabelos, chupe meus joelhos, esfregue seu peito em minhas costas, lamba meu pé, me dê a mão, respire perto de mim, me faça rir, uma omelete, um cafuné no sofá.
Não sou uma floresta intocada. Sou uma mulher novamente virgem minutos depois que sua mão me abandona.

Gabito Nunes.

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