4 de nov. de 2011

 
 
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo.
…Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria.
Não existiu morte para o que nunca nasceu….
….Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante.
Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado.
Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças.
Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha.
Eu te amava por causa da vida e não por minha causa.
E isso era lindo. Você era lindo.
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza….
….sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos.
Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada.
Sinto falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.
Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras.
Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.
E eu passei os últimos MESES escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo.

Mas chega disso.



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